Entrevista com Engenheiro e Sócio da Trento para Jornal O Florense

Painéis fotovoltaicos resultam em economia na conta de luz, além de contribuírem com o meio ambiente gerando energia limpa e renovável


É cada vez mais comum avistarmos nos telhados das casas, indústrias e áreas ao ar livre placas solares de energia. Elas refletem os frequentes aumentos nas contas de luz, que têm levado milhares de consumidores a investir nesse modelo de energia limpa, renovável e que não prejudica o meio ambiente. Nos últimos anos, conforme dados da Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar), só no Rio Grande do Sul houve um crescimento de 74,15% na utilização desse recurso, número que faz com que o estado ocupe o terceiro lugar no pódio dos que apostaram na boa nova, atrás apenas de Minas Gerais e São Paulo.

No município de Flores da Cunha o cenário não é diferente. O engenheiro eletricista e sócio da Trento Comercial Elétrica e Hidráulica, Marlon Renosto, de 34 anos, revela que a empresa atua no mercado fotovoltaico desde 2015 e, de lá para cá, viu o segmento crescer bastante: “Estamos o ano todo consumindo energia com câmaras frias, bombas d’água, ar condicionado no verão; estufa, secadora e também ar condicionado no inverno. Isso faz com que a fatura de energia acabe pesando bastante no bolso, não é mesmo? Sendo assim, um casamento perfeito com a energia solar”, observa.

De acordo com o engenheiro, com a instalação dos painéis fotovoltaicos a economia na fatura pode chegar a até 95%, mas, é claro, o valor varia conforme o perfil de cada consumidor. Outra vantagem dessa fonte de energia é que, diferentemente do que muitas pessoas pensam, ela não opera apenas em dias de sol: “A energia solar funciona com a irradiação solar, então mesmo com nuvens o sistema funciona, só há uma pequena redução. Porém, quando projetamos, já consideramos uma porcentagem de dias nublados e também de dias mais curtos, como no inverno, utilizando dados meteorológicos para que, na média anual, o sistema gere todo o consumo de energia”, esclarece Renosto, acrescentando que a Trento analisa as faturas de energia do cliente antes de projetar o sistema fotovoltaico e que esse processo é muito importante para evitar que a conta chegue mais alta que o esperado.

Por falar em valores, a nova lei da energia solar, que entrou em vigor em janeiro deste ano, trouxe algumas modificações em relação à cobrança de taxas. Nesse sentido, o sócio da empresa informa que a alteração incidirá apenas sobre a utilização da rede de distribuição da RGE (Rio Grande Energia), e não sobre toda a geração de energia. “Para estes novos consumidores, a energia elétrica que é gerada pelas placas solares e já for consumida instantaneamente, por exemplo ar condicionado que está ligado, não terá custo nenhum. O restante de energia que foi gerada e não foi consumida, será enviada para a RGE e transformada de créditos em kWh, que irá ‘armazenar’ essa energia. À noite, quando não há geração, a RGE fornece de volta esta energia com uma pequena taxa por kWh, de aproximadamente R$ 0,03 na área rural e R$ 0,06 na urbana. Se a concessionária não fizesse esse serviço de armazenar o excesso de energia produzida, essa geração excedente seria perdida e, à noite, ao invés de pagar alguns centavos, se pagaria o valor do kWh integral”, explica o engenheiro.

Renosto também enfatiza que a RGE continuará armazenando a energia excedente por cinco anos e o consumidor só pagará a taxa quando utilizar tais créditos (kWh) para reduzir o valor das contas de energia: “Essa taxa será para remunerar o serviço prestado pela RGE, que armazenará nossa energia”, ressalta. Também em relação ao envio de créditos para outras faturas de energia que deseja compensar o consumo, localizadas em diferentes endereços, o sócio afirma que não haverá nenhuma modificação.

Nesse cenário, o engenheiro avalia as recentes mudanças na legislação como positivas e acredita que elas proporcionam maior certeza sobre o futuro da utilização dessa fonte de energia: “Nos anos passados havia certo medo de como seria a cobrança pelo uso da rede, o que acabava deixando os consumidores inseguros quanto ao investimento. A partir deste ano, as regras estão bem mais definidas e claras, o que dá segurança para investir e adquirir o sistema fotovoltaico, sabendo como será cobrado daqui para frente”.

E mesmo com essas modificações e com a cobrança da taxa ele destaca que a relação custo-benefício desta energia continua valendo muito a pena: “É vantajoso pois é muito mais barato pagar essa pequena taxa pela utilização da rede de distribuição da RGE do que pagar o valor integral do kWh. Inclusive no dia 19 de junho haverá um reajuste no valor da tarifa de energia, o que contribui ainda mais para a instalação de placas solares. Quanto antes o consumidor investir, antes ele vai economizar na fatura”, conclui Renosto, deixando o WhatsApp da empresa para eventuais esclarecimentos (54) 9.9978.4847.

Fonte: https://www.jornaloflorense.com.br/noticia/geral/7/-o-sol-nasce-para-todos-/18858

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